sexta-feira, setembro 18

Quem sabe nunca esquece

Caminhava perto da minha casa. Havia um movimento normal de pessoas na rua que indicava o regresso das férias e o início das aulas. Vejo dois miúdos à conversa a escassos centímetros de um diminuto jardim. Um gordo com um chapéu à cabeça de um herói qualquer, o outro magro e pequeno mas também com cara de reguila. Pareciam estar a conversar sobre algo normal para uma pessoa daquela idade. Enquando dava os meus passos pela rua, olhei mais uma vez para eles como se estivesse a adivinhar algo. Do nada, vejo o gordo a empurrar o pequeno com uma força própria da sua corpulência. O magro sai disparado contra o jardim. Cai sobre um vasto campo de folhas, flores. Principalmente folhas. Amontoadas. Faziam lembrar um puff fofo ou um colchão confortável. O gordo ria-se, ria-se e ria-se. O pequeno com cara de poucos amigos deu ar de que estava aleijado... mas não. Era apenas birrinha. Era impossível lesionar-se naquela queda, mesmo sabendo que o gordo não estava com meias medidas quando o empurrou. Veio-me à memória os tempos de escola. Quando saíamos das aulas havia sempre um diferente que fazia de cobaia, contra a sua vontade. Dei por mim a rir, no meio da rua com gente à volta. Queria dar gargalhadas mas esforcei-me para não passar por maluco. Quem é que esquece o Green Hotel?!

1 Bitaites:

Mãe, só a 7 disse...

Por acaso esta época faz-me ter saudades da escola primária...