O alarme tocava eram 6h30. Apesar dos estores fechados, olhou timidamente para a janela com a curiosidade de saber se o sol estava sorridente, penetrando nas ranhuras. Esperou mais um pouco na cama. Era praxe. Era preguiça. Pensou para si que este dia teria um propósito, ganhou coragem e levantou-se. Era o seu aniversário e tal com prometido, hoje não iria trabalhar. 48 anos de vida dura, dificil, de muito labor e sem férias. Hoje tinha que festejar. Saiu de casa, apenas com uma certeza: “hoje é o meu dia!”. Pegou no seu carro e deslocou-se à sua terra natal e às localidades onde cresceu e viveu. Tinha como objectivo visitar todas as suas amizades. As fortes. Os amigos mais chegados ao longo da vida. Amigos que não via desde os tempos de infância, adolescência, faculdade. Amigos de sempre presentes nos diferentes ciclos da sua vida. Vida essa que separou os seus percursos, caminhos perdidos no tempo e que se dissolveu ao longo das estações. Mas hoje é dia de voltar atrás nesse tempo. É dia de não deixar morrer o que foi vivido. É dia de não pôr uma pedra no assunto, só porque a vida assim o quis. Foi bater à porta desses amigos, foram trocadas palavras, conversas, recordaram-se momentos, festas, tristezas, e tudo terminou com um sorriso olhos-nos-olhos, com a saudade já morta, na promessa de uma futura almoçarada.
No regresso a casa, sozinho na solidão do seu lar, soprou a sua vela do bolo de anos. Sentia-se feliz. Não tinha ganho o dia. Tinha a vida ganha. Ninguém sabia do seu aniversário, ninguém lhe deu os parabéns, mas todos eles deram-lhe a melhor prenda que poderia desejar: o reencontro de uma vida perdida. Voltou às pessoas que fizeram dele o que é hoje. Pessoas que ajudaram a construir a sua personalidade, a moldar o seu ponto de vista, a ser homem. Foi a melhor prenda que poderia ter. O presente que ansiava, que buscava, que desejava. O presente de uma vida vivida. O seu presente de aniversário!
No regresso a casa, sozinho na solidão do seu lar, soprou a sua vela do bolo de anos. Sentia-se feliz. Não tinha ganho o dia. Tinha a vida ganha. Ninguém sabia do seu aniversário, ninguém lhe deu os parabéns, mas todos eles deram-lhe a melhor prenda que poderia desejar: o reencontro de uma vida perdida. Voltou às pessoas que fizeram dele o que é hoje. Pessoas que ajudaram a construir a sua personalidade, a moldar o seu ponto de vista, a ser homem. Foi a melhor prenda que poderia ter. O presente que ansiava, que buscava, que desejava. O presente de uma vida vivida. O seu presente de aniversário!
1 Bitaites:
E está aqui implicíto o que vale realmente a pena nesta vida.
:)
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