Ao longo da vida aprendi que a única formula útil em matemática é a regra de 3 simples. Nunca esquecerei a minha 1ª professora primária, a Dona Mariana. Nunca esquecerei a minha pior professora: a de filosofia, onde só consegui passar na secretaria, porque ela decidiu embirrar comigo. A única razão pela qual me tornei benfiquista deve ter sido pelo meu nascimento coincidir com a final da Taça Uefa, onde perdemos, embora o meu pai e avô serem do F.C. Porto. Prefiro o Natal aos meus anos. Muitos amigos passam, outros surgem, mas no final só verdadeiramente alguns contam. Prefiro gastar 25 euros numa noite bem passada, do que em bens materiais. Às vezes apetece-me arriscar em algo novo, uma viagem, mudar de sítio, mudar de ambiente, mas mesmo assim não consigo desprender-me das raízes que vou formando por onde passo. Não tenho a mínima paciência para discutir política com políticos. Não interessa a marca da cerveja, mas sim a companhia. O maior problema de ter carro é mesmo o gasóleo. Embora critique muitas vezes a minha cidade, é nela que encontro conforto, e claro a maior festa de todos os anos, O Carnaval! Os tempos passados a mandar balões de água da janela de casa para as pessoas que passavam na rua. Posso alugar uma casa, um quarto, comprar uma vivenda, uma mansão, mas o meu lar será sempre a casa dos pais. Sabe melhor um abraço, do que dois beijos ou um passôbem. Vou recordar sempre os tempos, em que surgiram os ténis de atacadores largos da Vans ou Airwalk, as calças da Pólen com o bolso de lado, o cd “Dookie” dos Green Day, as Mamonas Assassinas, o meu primeiro verdadeiro e grande filme de terror que nunca cheguei a acabar de ver, “Holocausto Canibal”. Todos os dias o croissant com chocolate, que nunca falhava no Zé. A chapada que um amigo meu deu a uma rapariga, num aniversário. O caminho que percorria para ir treinar hóquei, vezes e vezes sem conta. O regresso a casa, todo partido. Uma birra do tamanho do mundo que fiz antes do meu primeiro jogo, por não ter equipamento. Regressar à noite a casa, depois de um jogo e ir ter com o pessoal ao Pátio Amarelo, nos tempos em que aquilo era o verdadeiro bar da moda, sempre cheio de gente. As férias de Verão, sempre passadas em Portimão. As voltas de bicicleta com o meu primo, em busca de um hotel com piscina para irmos tomar banho. As melhores tostas-mistas de sempre foram as que se comia no intervalo de 15 minutos, na Escola Padre Francisco Soares. Não gosto de jogar às cartas. Não há nada melhor que uma tarde de sol, numa esplanada, com uns petiscos, umas cervejas bem frias, de preferência junto à praia. O meu maior defeito talvez seja mesmo a preguiça. Quanto menos se faz, menos apetece fazer. Quando mais se faz, menos apetece fazer. Posso demorar muito tempo a cumprir um objectivo, mas cumpro-o. Não há melhor maneira de sentir orgulho em mim próprio, do que concretizar um trabalho. Acho que todas as pessoas com carta de condução deviam ter um acidente de grandes proporções (desde que não acontecesse nada de mal, que não se ferisse, como é óbvio) – só o susto precavia as pessoas para o perigo da estrada e a taxa de acidentes baixava. Tudo que é xungaria, dreads, bad boys, devia ser tudo posto num saco e recambiado para um deserto qualquer. São completamente inúteis para a sociedade. Refiro-me aqueles que só saem de casa para armar confusão, assaltar, etc. No mesmo saco, podiam ir também aqueles que os defendem com conversas demagógicas, conversas da treta, que tentam dar o ar de intelectual para o Zé-povinho.
A comida é um dos maiores prazeres da vida. O Chocapic e o Ketchup sempre me acompanharam para onde vou. Não gosto de peixe cozido – pode encher o estômago, mas não enche a alma.
E por aí fora…